A imagem do gol no Gre-Nal decisivo da Taça Farroupilha veio em forma de redenção. Foi na madrugada de sábado. O pênalti desperdiçado contra o Fluminense, pela Libertadores, ainda atormentava o argentino – que havia feito o mea culpa no vestiário por causa da cobrança errada. Concentrado para o clássico, Dátolo sonhou com o seu segundo gol contra o Grêmio.
— Sonhei na noite anterior que eu podia marcar um gol — contou Dátolo. – Não dormi na noite em que perdi o pênalti, senti que havia falhado. Me senti culpado, mas pedi desculpas a Dorival e a todos meus companheiros. Sou muito exigente comigo mesmo — acrescentou o camiseta 23.
O histórico positivo de Dátolo contra o Grêmio vem de tempos atrás. Em 2007, ele era um dos titulares do Boca Juniors, que derrotou o time de Mano Menezes na final e se sagrou campeão da Libertadores pela sexta vez. Questionado sobre a sua “sorte” no clássico, ele respondeu:
— Sorte? Não fiz dois gols por sorte. A verdade é que sou acostumado a esse tipo de jogo, de pressão, de exigência máxima, como o Gre-Nal.
O desgaste do time quatro dias antes, diante do Fluminense, acabou tendo algum reflexo no Gre-Nal. Ao marcar o gol, aos 36 minutos do primeiro tempo, Dátolo correu em direção às organizadas do Inter, olhou para trás, uma, duas, três vezes, e não encontrou ninguém para abraçá-lo. Todos já haviam corrido para o meio, a fim de evitar uma rápida saída de bola do Grêmio.
— Comemorei sozinho. Todo mundo já estava cansado – disse o argentino.
— Nem vi o Dátolo sair pelo outro lado para vibrar. Tratei de voltar logo para o meio-campo – lembrou Damião.
Com o seu nome e o seu número nas chuteiras, Dátolo recebeu elogios do presidente Giovanni Luigi. Comprado ao Espanyol, onde não vinha sendo utilizado, ele tem sido essencial nas ausências de Oscar e de D’Alessandro.
— Dátolo é um jogador fundamental para a nossa equipe. Na sequência do ano, ele será importantíssimo porque o Oscar será chamado para a seleção olímpica. Foi uma contratação providencial — destacou o dirigente, satisfeito.
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