Em entrevista ao GloboEsporte.com na tarde da última quinta-feira, antes de mais um treino com foco no enfrentamento do final de semana, Alisson comentou sobre a condição alcançada, num misto de muito trabalho, um pouco de sorte e de surpresa e bastante oração.
- Eu estaria mentindo se falasse que estava esperando agora. Trabalhei todo o ano por uma chance. Dedicava-me ao máximo com o professor Marquinhos (Lopes) e o Daniel Pavan para quando tivesse uma oportunidade estar pronto para estar atuando e corresponder às expectativas. Acho que aproveitei bem minha oportunidade e, graças a Deus, estou tendo uma sequência boa - celebra, às margens do Guaíba.
A nova fase pegou o próprio jogador de surpresa. Apesar de sempre trabalhar em busca de uma vaga, a mudança de status em outubro não era algo que imaginava por completo. Aos 22 anos, encarou o desafio. A chance veio após Dida ser expulso diante da Chapecoense em 9 de outubro. O Colorado já tomava 4 a 0. Alisson estava no banco, mas não pôde entrar pelo limite das três substituições. Rafael Moura pegou as luvas e levou o último tento no vexame.
Três dias depois, pressionado, o Inter enfrentou o Fluminense. O irmão de Muriel foi o escolhido, até por estar com ritmo de jogo em razão de defender o sub-23. "Descida" à categoria inferior realizada por um pedido do próprio goleiro. Um recuo estratégico. E acertado. De volta ao profissional, teve um rendimento na vitória por 2 a 1 que fez Abel mantê-lo, mesmo com experiente goleiro de 41 anos à disposição (veja abaixo lances de Alisson).
- O Dida é um ídolo nacional. É muito importante ter o apoio dele. A experiência que nos passa no dia a dia. Fico muito feliz em trabalhar com goleiros de qualidade. O Inter tem quatro excelentes goleiros. Isso é muito importante, além da nossa união. O que estiver jogando dará o seu melhor porque sabe que tem goleiros tão bons - avalia.
Confira os principais trechos da entrevista:
GloboEsporte.com - Você esperava virar titular neste final de ano?
Alisson - Eu estaria mentindo se falasse que estava esperando. Trabalhei todo o ano por uma chance. Dedicava-me ao máximo com o professor Marquinhos (Lopes) e o Daniel Pavan para quando tivesse uma oportunidade estar pronto para estar atuando e corresponder às expectativas. Acho que aproveitei bem minha oportunidade e, graças a Deus, estou tendo uma sequência boa. O jogador sempre comenta que é importante ter uma sequência para confirmar suas qualidades.
Para um goleiro isso é ainda mais importante. Você tem que jogar, não adianta. Pude jogar no sub-23 com o Clemer (técnico da categoria). Foi importante para eu não entrar aqui em cima sem ritmo. É difícil entrar em uma partida como entrei, contra o Fluminense, um time grande, um clássico nacional. Tendo jogado no sub-23 foi importante.
Qual a importância do Clemer para este seu momento?
A importância dele é tanto direta quanto indireta. Quando desci, nós trocávamos ideias. Ele sempre falou “aproveita a oportunidade e o momento”. O Clemer dizia para todos lá do grupo do sub-23 que estava passando as informações e que o Abel estava olhando. A partir do momento em que entrei pude dar o meu melhor e corresponder.
Você entrou no time no momento mais delicado da temporada, contra o Fluminense, após a goleada por 5 a 0 para a Chapecoense. Foi uma responsabilidade a mais?
Com certeza. Todos nós sentimos a derrota contra a Chapecoense. Sou colorado. Você vê o lado do torcedor, sabe como é. Se falar que não pensei nisso no pré-jogo estarei mentindo. Sou um cara com uma fé muito grande, orei muito para Deus me dar muita tranquilidade e paz no coração. E, em campo, tentei esquecer de qualquer coisa externa e me concentrar.
Como foi a conversa com o irmão Muriel?
Foi a mesma coisa. Disse para eu orar e ficar tranquilo. Fiquei ansioso, com muita vontade de jogar na concentração. Ele disse que eu estava bem preparado para fazer um grande jogo.
E com o Dida?
O Dida foi ao vestiário para fechar a roda conosco. Deu-me um abraço e desejou boa sorte. Falou para eu ir tranquilo e repetir o que eu estava fazendo nos treinos que eu estava bem.
Como é colocar o Dida no banco?
Ele é um ídolo nacional. É muito importante ter o apoio dele e a experiência
que nos passa no dia a dia. Fico muito feliz em trabalhar com goleiros de qualidade. O Inter tem quatro excelentes goleiros. Isso é muito importante, além da nossa união. O que estiver jogando dará o seu melhor porque sabe que tem goleiros tão bons.
E também uma forma de não se acomodar.
Com certeza. É um fator para motivar-me ainda mais. Trabalhar com grandes goleiros e saber que a sombra é grande. A escolha é sempre do Abel, independente de tudo. Damos o máximo para estarmos prontos no jogo.
O que mexe mais? Entrar no time após um 5 a 0, jogar no Maracanã, ir para a Vila, um local no qual o Inter nunca venceu, ou disputar um Gre-Nal?
É um misto de emoções, mas é muito gratificante. Fico muito feliz que estou tendo sequência e bons resultados em um momento tão importante. Está um campeonato muito equilibrado. Temos quatro adversários diretos. Sei que será determinante. O foco nunca pode ser desviado. E o pensamento é dar o melhor no dia a dia para não faltar nada no final de semana.
O que fazer para vencer na Vila?
É fazer o que estamos fazendo nos jogos. Temos tido uma sequencia muito boa apesar de terem ocorridos resultados negativos. O time vem desempenhando o seu papel. Temos que manter sendo efetivos na frente e consistente atrás.
Robinho, Gabriel e Leandro Damião preocupam?
Com certeza. É um trio muito forte, mas o Santos como um todo é qualificado. Há o Lucas Lima, Arouca. São jogadores que estão consolidados no futebol nacional. Mas sabemos do nosso potencial, o que podemos e precisamos fazer para sair com a vitória
Na próxima semana terá um Gre-Nal. O Inter nunca perdeu na Arena. Disputar um Gre-Nal mexe com você?
Claro que mexe. É um sonho de infância jogar um Gre-Nal profissionalmente. Já fiz pela base. Profissionalmente é outra coisa. Minha carreira está começando. Sei que será muito importante. Mas o Gre-Nal é só semana que vem. O nosso foco está no jogo contra o Santos.
Até onde o time do Inter pode chegar?
Enquanto tivermos chances matemáticas pensaremos sempre no título. É inevitável. E Libertadores é possível. Vamos dar o nosso melhor para dar muitas alegrias ao torcedor.
Fonte:GloboEsporte
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