
Domingo, 7 da manhã.
Rafael Sobis acorda e vai para a academia.
Corre na esteira. Corre para entrar em forma.
Só depois, ele e a mulher, Micheli, correm para outro programa: almoçar na churrascaria Na Brasa na companhia do amigo Ico Thomaz, apresentador do programa Patrola. Este foi o roteiro de um domingo de férias, há um mês, quando Rafael ainda não tinha acertado com o Inter.
– Tenho que ir para academia porque é minha profissão. Acordo cedo. Sou meio inquieto, preciso fazer isso.
Parece uma observação óbvia a de que um atleta tem que estar constantemente em atenção máxima ao seu físico. No caso de muitos jogadores de futebol nem sempre o é. No caso de Sobis, 25 anos, demonstra o grau de seriedade e maturidade que encara a profissão:
– Sofri muito, não é fácil ser jogador de futebol.
Esta é a primeira mudança que o torcedor vai notar no Rafael, guri que deixou os pais e sete irmãos em Erechim, aos 14 anos, jogou no Cruzeiro, de Porto Alegre, foi levado para o Corinthians, e de lá fugiu um ano depois direto para o Beira-Rio. Ele não é mais o jovem talento despontando. É um jogador experiente, pai de família. O Inter que o lançou, onde se tornou um ídolo adolescente, numa sequência de revelações de craques da casa, encabeçada por Daniel Carvalho, Nilmar, o próprio Sobis e Pato, o traz de volta numa data especial: a semifinal da Libertadores da América.
– É um outro momento para o Inter também. Hoje é um clube top, dos melhores. Que só entra para ganhar.
Esqueça o jogador que lançou moda. Quando pintou o cabelo, a gurizada copiou. Quando cortou o cabelo moicano, uma trupe de torcedores apareceu no estádio igualzinha. E agora, qual será o corte, Rafael?
– Muita gente tá falando isso, mas é outra história. Eu era meninão. Hoje sou pai de família, mudou muito. Não passa na minha cabeça fazer isso.
Lá em 2005, 2006, as fãs suspiravam pelo rapaz loiro, olhos azuis, 1m74cm e 75 quilos, que contabiliza sete tatuagens: como as iniciais do casal, a data de nascimento do primeiro filho, o nome em chinês. Na sexta-feira, Rafael vestia “calça Dolce (Dolce&Gabbana), tênis Louis Vuitton, camisa Gucci”. As referências de moda, credita à temporada europeia. Na escolha das grifes, foge do óbvio e mostra informação:
– Gosto de Hermés, de Billionaire (grife de luxo de Flavio Briatore).
O jogador que deixou o Inter depois da conquista da Libertadores em 2006 (negociado por 10 milhões de euros para o Bétis da Espanha) volta a campo no domingo com uma bagagem de respeito: quatro anos no Exterior, uma lesão de joelho, duas cirurgias e dois filhos para criar.
– Ir para o Exterior tem a questão financeira, mas sabíamos que era uma oportunidade para os nossos filhos crescerem.
Sobis conta isso enquanto divide as atenções entre Rafinha, um ano e oito meses, e Nicholas, seis meses. Os mimos com os dois não deixam dúvida: o craque é um paizão.
Fonte: ZeroHora
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