QUANDO TEVE A IDEIA DE INVENTAR A COR DA PAIXÃO, DEUS INVENTOU O VERMELHO E, COM ESSA COR, PINTOU NOSSOS CORAÇÕES... (da amiga e colorada Rosane)

quinta-feira, 13 de dezembro de 2012

AGORA É OFICIAL: DUNGA É O TÉCNICO DO INTER




Agora é oficial. Pouco depois das 17h10min desta quarta-feira, no Hotel Millenium, em Porto Alegre, Dunga foi apresentado como novo técnico do Inter. Das mãos do presidente Giovanni Luigi, ele recebeu a camisa número 8, a que costumava usar quando era jogador do Inter.

Dunga, que concedeu entrevista coletiva até as 17h55min, foi taxativo ao comentar o estilo de trabalho que pretende implantar:

— Cada um tem uma forma de trabalhar, mas o Inter tem uma tradição muito forte, o futebol gaúcho é assim, forte. O torcedor do Inter aceita tudo, mas não aceita que os jogadores não se doem durante os 90 minutos, ao jogo, sem saírem exaustos. Aliado à qualidade técnica, podemos fazer um belo trabalho.

Na abertura do anúncio, sentado à esquerda da mesa — composta pelos diretores de futebol Luís César Souto Moura e Marcelo Feijó Medeiros, além do presidente Giovanni Luigi e do auxiliar técnico Andrey Lopes — Dunga brincou ao cumprimentar os jornalistas e demais dirigentes presentes:

— Boa tarde! Quando ele (Luigi) me entregou a camiseta, achei que queria que eu jogasse. Seria bem mais fácil — abriu os trabalhos, bem-humorado.

Em seguida, questionado se D'Alessandro deve continuar como capitão do Inter na temporada 2013, foi direto:

— Se acabou como capitão, vai continuar como capitão.

Veja o que disse Dunga em sua apresentação como técnico do Inter:

Mudanças
"Quando as coisas não vão bem, todos acham que tem que mudar tudo. No meu modo de ver, não é bem assim. O Inter tem feito coisas muito positivas nos últimos anos. Teve um ano atípico, com dificuldades. E, mesmo com todos os problemas, ainda poderia se classificar à Libertadores faltando três ou quatro rodadas (para o fim do Brasileiro). Tem muitas coisas boas a se aproveitar."

Planejamento
"Quando começamos a conversar com o presidente, tinha noção da parte interna, coloquei minhas ideias, começamos a conversar com a comissão técnica, o que seria feito, o trabalho, e vamos colocar a nossa filosofia, cada um tem uma forma de trabalhar."

Tradição do Inter
"Inter tem uma tradição muito forte. O futebol gaúcho tem uma tradição muito forte, um estilo muito forte. O torcedor do Inter aceita tudo, mas não aceita que os jogadores não se doem, não se entreguem durante os 90 minutos, ao jogo, sem saírem exaustos. Aliado à qualidade técnica, podemos fazer um belo trabalho."

Sempre presente
"Nunca saí do Inter, sempre estive aqui, independentemente de ser como torcedor. Sempre estive presente.

Mais um ídolo no comando técnico
"Isso de ídolo não dar certo é mais para conversar, ter notícia. As pessoas falam que 'só' estive na Seleção. Nada mais. Mas é apenas uma seleção cinco vezes campeã do mundo. É uma cobrança enorme. Todo mundo acha que tem a formação ideal, poucos treinadores ficaram quatro anos na Seleção. Sou um desses e fico muito feliz por isso. Poucos treinadores tiveram as vitórias que tivemos. A Seleção não ganhava do Uruguai e da Argentina, lá, há 33 anos. Cada um (ídolo) tem uma característica. Com resultados satisfatórios ou não, Falcão, Fernandão, Figueroa, depende do momento, de colocar em prática o que sabe para depois, muitas vezes, ter uma ideia e uma percepção."

Clube x Seleção
"No meu modo de pensar, é a mesma coisa (treinar o Inter) que a Seleção. A diferença é que a carga e a pressão, na Seleção, é de 30 dias. Só que aqueles 30 dias valem por quatro, seis meses. Aqui, você experimenta o veneno dia a dia. Então é mais fácil ter o antídoto. Na Seleção, a dose é mais forte."

Equipe competitiva
"O objeitvo é fazer uma equipe altamente competitiva, como o Inter sempre foi. Nos últimos anos, é uma das equipes mais vitoriosas do futebol brasileiro. Tem que retomar isso, com os jogadores se doando, com comprometimento. Estrutura, tem. Poucos clubes no Brasil e na Europa têm essa estrutura. Temos que trabalhar ao máximo pelo clube e buscar os objetivos."

Aproveitamento de jogadores
"Vamos aproveitar todos jogadores que estão à disposição no grupo, independentemente de quem seja. Todos eles vão ter condições e oportunidade. Vamos escolher quem estiver melhor no momento. Jogadores que vêm da Europa têm uma transição complicada no Brasil. Poucos se adaptam rapidamente (caso de Forlán). Queremos contar com todos os argentinos também. Aproveitar a característica de cada um."

Jogar fora do Beira-Rio
"Jogar em casa é bom. Mas, como essa situação já ocorre desde este ano e vai se prolongar para o próximo, não podemos colocar isso como álibi. O torcedor vai ter que fazer um pouco de sacrifício, mas vai ter um estádio em melhores condições depois para ajudar a sua equipe, e nós temos que repassar isso não como um álibi. Como em qualquer outro estádio, temos que ganhar, ser competitivos, tornar a nossa casa. Nos mudamos toda hora de país ou cidade, vamos mudar de estádio, acho que não vai ter problema."

Título brasileiro e vestiário
"Ser campeão brasileiro é difícil. Pelo vestiário, quando se fala direto, olho no olho, com regra... Nunca tive problema em vestiário algum. Basta ser honesto, direto, objetivo. Vejo muito falarem sobre isso no Internacional, mas não acredito que tenha sido um problema fundamental ou que se tenha isso (atualmente) no Internacional. No futebol, quando as coisas não vão bem, é sempre problema do vestiário ou salário ou fulano não se dá bem com o ciclano. E, às vezes, não é nada disso. O grupo é competitivo, e os jogadores, mais do que ninguém, querem vencer. E, para isso, os jogadores precisam estar concentrados, respeitar a coletividade e, quando entrar em campo, dar o máximo."

Utilização da base entre os experientes
"Futebol tem que ser por merecimento. Não é pela idade, por ser mais velho ou mais novo que tem que jogar. Tem que conquistar o espaço. O Internacional, na sua história, sempre foi formador de jogadores. Não digo que temos que acelerar, mas principalmente não podemos ter pressa de subir nenhum menino. Temos que subir no momento certo para não queimar etapas. No futebol brasileiro, temos queimado etapas e perdido talentos neste caminho."

Laterais e atacantes
"Tivemos reunião com o Drummond (Newton Drummond, diretor executivo). Temos que dar mais chances aos testes para laterais e atacantes de velocidade. Nos próximos três anos, temos que formar esses jogadores."

Estrutura
"Tenho a experiência na Seleção. Cheguei com muita vontade, assumi meu papel e tomei decisões que não diziam a meu respeito. E isso, em algum momento, me trouxe alguns problemas. No Inter, tem estrutura, já tem uma estrutura montada, cada um vai estar dentro da sua responsabilidade, e isso vai me favorecer bastante. Vai ser um ponto fundamental dentro desse meu novo trabalho. Treinador tem responsabilidade assim como o presidente. Cada um com o seu papel, facilita."

Vestiário enxuto
"Vestiário: é uma questão simples. O objetivo é o campo. Tudo tem o seu momento apropriado. Quanto mais enxuto for o vestiário, durante os treinamentos e jogos, quanto menos gente passar, menos conversa tiver, melhor. Tem que dar todas as condições para render da melhor maneira possível. E para que eu possa cobrar da mesma maneira. Quando um jogador entra no vestiário, tem que pensar apenas no jogo. Não tem celular, laptop... Fora dali, cada um tem total liberdade. Vestiário é lugar de foco."

Aproveitamento de jogadores
"Isso é uma coisa mais interna, não vamos expor, nem colocar em dificuldade as pessoas que trabalham no Internacional. Todo mundo tem que ser comprometido. Tem que ver o contexto. O jogador tem responsabilidade, é pago pelo clube, tem que estar preparado em qualquer instante para jogar. Logicamente, tem essa questão de jogar fora da posição. Simples: é um direito dele, mas tem a cobrança também. Quando todos voltarem, ele vai disputar posição naquela em que ele quis jogar. Quando se trabalha bem em um grupo, os jogadores querem jogar. Se realmente compra um objetivo, quer jogar, independentemente da posição. Quando se tem um grupo em que as pessoas estão a fim, jogam em qualquer posição. Se é um corpo estranho, fica difícil."

Convites pós-Seleção
"Logo depois que saí da Seleção, tive vários convites, mas tinha que dar uma pensada na vida, fiquei quatro anos vivendo intensamento a Seleção. Coloquei as coisas em ordem. Quando fui para a Seleção, achava que todo mundo torcia por ela. E como isso não veio, tive que me reciclar. Tem que se fazer o trabalho, independente do que as pessoas dizem. Nao é uma questão de mágoa, mas de ver o futebol de uma outra maneira. Via o futebol como um torcedor apaixonado pela Seleção. E pensava que todos envolvidos pensavam da mesma forma. E não é assim, infelizmente. Tive convite de seleções e clubes de fora do país. Tive convite de grande clube da Europa, e o clube não queria que eu fosse com um representante que trabalhou por mim. Não seria justo. Ia acabar queimando ele como profissional. Respeito muito a amizade. Não era o que eu queria. O principal é trablhar agora com uma comissão técnica capacitada, que conheço bem. No Inter, é uma grande oportunidade de fazer um ótimo trabalho pelas condições que o Internacional tem."

Grandeza do Inter
"O Inter é maior que todas as situações, que pessoas que tomam decisões certas ou erradas. Foi o clube que me abriu as portas, que me deu a oportunidade de ser conhecido, jogar na Seleção, na Europa. Vejo o Inter como a Seleção: não é quando quer, mas sim quando é convocado e, assim, dar o melhor. Quando cheguei aqui, aos 14 anos, ganhei oportunidade. Agora, é uma forma de trazer a minha experiência junto com a comissão, a direção e a torcida."

Contratações
"Não vejo problema (para contratar), porque desde o primeiro dia já se tinha uma noção. O próprio clube sabe das suas necessidades, tem estudo para isso. Vai só encaixar a característica. No meu modo de ver, os clubes que tinham treinador não se adiantaram tanto assim. Está cada vez mais difícil contratar, os jogadores têm contrato de longo prazo. Tem que procurar e tentar errar o menos possível, e, como falei antes, não vejo como um problema. O clube já tinha um perfil definido do que queria. Quem trabalha no futebol, quem convive com futebol tem ideias muito parecidas. O detalhe está na decisão."

Atuação em 2013
"Da mesma forma que fui como jogador, treinador, que é a escola do Internacional. Uma equipe vibrante, competitiva, que se entrega, logicamente com bom futebol, que puxa o torcedor para o seu lado. Que não espere o torcedor. Nós que temos que chamar o torcedor para o nosso lado."

Forlán
"Forlán foi o melhor jogador da última Copa do Mundo. Teve lesões, não teve sequência e veio para o futebol brasileiro, que é diferente do europeu, como falei antes. Todos jogadores que vêm da Europa têm questão de adaptação, treinamento também, troca de treinador também dificulta. Mas jogador não se esquece de jogar, como se joga, tem que se conversar individualmente com cada um, colocar no que ele melhor se adapta."

Kleber
"Kleber é a mesma situação. Não teve sequência muito grande de jogos e o Internacional, como teve lesões, foi um time que nunca conseguiu ter jogadores na plenitude de sua forma. Disparidade de treinamento, lesões. Queremos uma temporada bem e com todos em forma, vai ser mais homogênea e a preparação para render o melhor possível, também. Do contrário, os jogadores não conseguem ficar no mesmo ritmo."

Relatórios de Fernandão
"Quanto mais informação, melhor. Como vai ser o treinamento, pré-temporada, no momento oportuno vamos buscar informações, mas o próprio clube tem as informações necessárias. E isso vai ser benéfico para o grupo."

Reforços
"Não é porque eu não tinha assinado o contrato que o Inter não estava trabalhando esses reforços. Logicamente, os nomes e, se for possível e necessário, converso com o jogador. Mas temos o Drummond, o presidente, o Silva e o Marcelo que podem fazer esse papel. É uma equipe. Não vamos medir esforços para contribuir. Várias cabeças pensam melhor do que uma."

Categorias de base
"A minha forma de pensar quanto às categorias de base é que ela não é formadora de esquemas, mas sim de jogadores. Tem que formar o jogador. Formar o lateral, passar, cruzar, diagonal. O zagueiro tem que ter o tempo de bola, o cabeceio. Independentemente se vai jogar no 3-5-2, no 4-4-2, isso é bom para conversar, mas, na prática, a categoria de base é formação, não esquema. Tem que formar o jogador, deixá-lo pronto para jogar e conhecedor da sua posição."

Paulo Paixão
"O professor Paixão dispensa apresentações. Vou mais longe: todo treinador deveria trabalhar com o Paixão. Principalmente os que estão começando. Ele te dá ensinamentos de grupo, preparação da equipe. Tem a questão de ainda se desligar oficialmente do Grêmio. Onde puder, o Paixão vai estar do meu lado."

Fonte:ZEROHORA

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