Os 254 conselheiros que estiveram presentes na noite desta segunda-feira gastaram muita saliva, mas o modelo de reforma do Estádio Beira-Rio que é bom, não foi votado. A votação acontece no dia 21, próxima segunda-feira, mas na prática, a parceria com construtora - ainda não definida - está encaminhada. O movimento Convergência Colorada apresentou algumas mudanças e fechou com a atual diretoria.
Definição oficial que o Conselho Deliberativo de fato viu foi o anúncio pelo presidente Giovanni Luigi de que uma comissão de negócios será criada. A partir da votação, o colegiado de 13 pessoas passa a analisar propostas de empreiteiras interessadas em reformar o Beira-Rio. A princípio, serão 15 dias para que os representantes trabalhem. Luigi inicia a nomeação da comissão nesta terça-feira. Além da Andrade Gutierrez, outras construtoras poderão fazer propostas para o clube gaúcho, a fim de melhorar o acordo, que prevê cessão de receitas criadas pela empresa por 20 anos.
Expoente na defesa pelo modelo de parceria junto com o executivo-chefe do clube, Aod Cunha, Giovanni Luigi esteve mais uma vez presente na reunião para sustentar os argumentos pró-Andrade. A empreiteira faria a reforma por um preço fechado, mais a construção de um edifício-garagem e um Shopping Center no entorno do Beira-Rio, além dos camarotes e suídes dentro do estádio. Por outro lado, a empresa ficaria com toda a renda criada por estas construções por 20 anos.
- A gestão acredita que a parceria é o melhor negócio para o Inter, pois não há endividamento. Não é só o Inter que ganha com isso, é toda a cidade de Porto Alegre. São diversas obras que já estão direcionadas para o Beira-Rio, para a Zona Sul da cidade. Nós queremos a Copa no Beira-Rio - garantiu Luigi, ao deixar a reunião por volta da meia-noite.
Defensor do modelo de autofinanciamento, Vitório Piffero falou como se a parceria já estivesse estabelecida. O ex-presidente colorado defendeu um tempo maior para que a comissão analise propostas que venham a chegar ao Conselho. Além disso, questiona o aumento de 18 para 20 anos o tempo em que a Andrade Gutierrez terá direito às receitas criadas pelas obras.
- Em uma situação normal em uma obra do tamanho dessa, seria necessário no mínimo 30 dias para esperar novas propostas. No mínimo, porque o ideal seria algo em torno de 45. O que eu não entendo foi o aumento de 18 para 20 anos em que cederemos receitas para a Andrade Gutierrez. Isso não pode acontecer, nós temos que ter poder de barganha - afirmou Piffero.
Giovanni Luigi, no entanto, não tem a certeza de que o Comitê Local Organizador conceda o tempo necessário pedido por Piffero.
- Não quero eu decidir que podemos usar 30 dias, se depois o LOC exige uma decisão mais rapidamente. Quero decidir isso com o Conselho. Mas acredito que decidindo pela parceria, nós ganhamos tempo. É essa a garantia que eles esperam - disse Luigi.
Confiante, o presidente atual saiu bastante contente pela discussão que causou ao trazer o assunto para o CD.
- Fico muito feliz de proporcionar esse debate. Saio consciente de que fiz a coisa certa ao trazer o debate ao Conselho - disse Luigi.
Um dos principais - senão o principal - presidente da história do Inter, Fernando Carvalho não participou das duas reuniões e não se envolve na discussão. Além dele, os ex-presidentes Fernando Miranda e Jarbas Lima também não se fizeram presentes.
Via LanceNet
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