QUANDO TEVE A IDEIA DE INVENTAR A COR DA PAIXÃO, DEUS INVENTOU O VERMELHO E, COM ESSA COR, PINTOU NOSSOS CORAÇÕES... (da amiga e colorada Rosane)

sábado, 21 de agosto de 2010

CARVALHO, UM ESTRATEGISTA

Só Fábio Koff está no mesmo patamar, e talvez seja por isso que os dois são tão amigos apesar das rivalidades da Província de São Pedro. Tudo o que o Inter conseguiu nesta última década tem nome e sobrenome: Fernando Carvalho. Não fez nada sozinho. Vitorio Piffero é um braço direito de luxo, é verdade. Mas repare no que fez o vice de futebol do Inter neste ano. Nem vou lembrar do passado. Fiquemos só neste ano, sobretudo nos últimos 60 dias.

1) Pagou a Traffic R$ 7 milhões para ter a totalidade dos direitos econômicos de Giuliano.

Parecia uma insanidade, especialmente quando Jorge Fossati o deixava na reserva. Pois do banco ele saiu para ser um personagem do bi da América, marcando gols milagrosos contra Estudiantes, São Paulo e Chivas, no México e no Beira-Rio.

2) Torrou R$ 3 milhões para comprar 50% de Andrezinho junto ao Nova Iguaçu, do Rio.

Deve ter sido o maior negócio da história do Nova Iguaçu. R$ 3 milhões por um reserva. Carvalho pagou. E Andrezinho colocou a bola na cabeça de Sorondo naquela cobrança de falta contra o Estudiantes, no finzinho do jogo no Beira-Rio, vitória por 1 a 0. Lá, na Argentina, quando tudo parecia perdido no 2 a 0 para Verón e Cia, Andrezinho serviu Giuliano por entre os zagueiros e o gol qualificado salvou a pátria. Um gol de R$ 10 milhões.

3) Surgiram propostas do Exterior por D'Alessandro durante a Copa.

Jogador de quase 30 anos, caro, eis aí a hora certa de vendê-lo e garantir algum retorno dos US$ 7 milhões investidos há dois anos, certo? Errado. Carvalho renovou com D'Alessandro até 2012. E ele brilhou nas finais.

3) Driblou o São Paulo nos bastidores e mudou a lei. Era preciso reforçar o time para encarar o São Paulo e, quem sabe uma final. Até o Laçador na entrada de Porto Alegre e a neve que caiu na Serra Gaúcha sabiam disso. Mas a lei impedia. Tinga e Sobis não podiam ser inscritos. Lei é lei. Em vez de desistir, o que fez Carvalho? Mudou a lei.

Trabalhou nos bastidores. Foi até Ricardo Teixeira. Conversou com Marco Polo Del Nero, amigão de Teixeira, um palmeirense que não queria ver o São Paulo tri da América. Percebeu que muitos clubes estavam na mesma situação, de olho em se reforçar para o Brasileirão. Falou com os presidentes destes clubes. E impôs uma derrota de bastidores ao São Paulo. Sobis fez gol na final. E a experiência de Tinga revelou-se fundamental ontem.

4) Vamos ser sinceros. Quando Carvalho escolheu Roth, 10 entre 10 colorados pensaram: o homem é louco. Foi tocado pela soberba, disseram. Acha que qualquer decisão sua vai dar certo por osmose, apenas por ser uma decisão sua. Pensou em um técnico de tiro curto reconhecido e emérito armador de defesas, ainda que faltassem títulos.

Não há como negar-lhe este mérito. A escolha estava certa. Em 30 dias de trabalho durante a Copa, Roth transformou o Inter de equipe covarde e retrancada em um time corajoso, que jogo para ganhar em casa e fora.

5) Agora vou dizer como Fernando Carvalho encerrará o seu ano impressionante. Ele vai anunciar quem será o futuro presidente do Inter nas eleições do fim do ano, e os colorados o elegerão. Carvalho apontará, digamos:

— Tu, Saci.

E Saci sucederá Vitorio Piffero.
Você duvida?

Diogo Olivier

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