QUANDO TEVE A IDEIA DE INVENTAR A COR DA PAIXÃO, DEUS INVENTOU O VERMELHO E, COM ESSA COR, PINTOU NOSSOS CORAÇÕES... (da amiga e colorada Rosane)

domingo, 28 de fevereiro de 2010

INTER É O SEGUNDO CLUBE EM FATURAMENTO DO BRASIL

Nos últimos seis anos, o Inter é o clube brasileiro que mais cresceu quando se fala em faturamento. Atualmente é dono da segunda maior receita de futebol do país, sendo superado somente pelo São Paulo. O desempenho ganhou destaque nacional e virou matéria do Caderno JC Contabilidade.
Desde a instituição do sistema de pontos corridos no Campeonato Brasileiro, em 2003, o futebol nacional ganhou um tempero ainda mais gaúcho. Nos últimos seis anos, o Internacional foi o time que mais cresceu em faturamento, tendo a segunda maior receita do futebol brasileiro, atrás apenas do São Paulo. Atualmente, em período de auditoria e passado pelo crivo dos conselhos internos, os times devem publicar seus balanços até o último dia de abril.

Além de seu orçamento milionário e da marca idolatrada pelos torcedores, o Inter tem algo diferenciado no que se refere ao seu aspecto contábil. É ativo não registrado no balanço patrimonial e que tem alto valor de mercado: a formação de seus jogadores na categoria de base. Em 2004, o Conselho Federal de Contabilidade (CFC) publicou uma resolução que permite definir um padrão das demonstrações contábeis dos clubes de futebol, a NBCT 10.13 - Resolução 1.005. A norma possibilitou aos clubes incluírem esses dados no orçamento.
De acordo com o contador do clube, Sergio Chineppe Rodrigues (foto com a taça do Mundial de Clubes), o Inter tem em torno de R$ 100 milhões aplicados em jogadores em formação, um valor que, segundo ele, não se pode mensurar, mas é constantemente reavaliado de acordo com o valor de mercado. Um exemplo disso é a venda do atleta Alexandre Pato. Registrado a um custo aproximado de R$ 50 mil, Pato foi vendido por 20 milhões de dólares. Outros atletas, como Nilmar, Marquinhos e Taison, encaixam-se na mesma questão.
As informações sobre compra e venda de jogadores geralmente são cercadas de mistérios. Enquanto alguns priorizam como desafio manter a transparência dos atos da administração, Rodrigues acredita que equiparar-se aos padrões estrangeiros é o que demanda mais dos contadores. “Não podemos nos preocupar apenas com o Brasil. Temos que enxergar o mundo”, afirmou.
Questionado se o investimento em futebol é determinante para os resultados dentro de campo, o Inter defende que o faturamento colorado se refletiu diretamente no acúmulo de títulos. O vice-presidente do clube, Mário Sérgio Martins (foto abaixo) aponta que a razão disso é a busca pelas metas estabelecidas no planejamento estratégico. Para 2010, tem uma receita prevista de R$ 126.389.170,00, um número que para o contador Rodrigues é conservador, já que em 2009 foi possível chegar à casa de R$ 148 milhões. A receita tem crescido ano a ano, visto que em 2002 era de R$ 22.801.492,00. Por volta do mês de agosto, o orçamento geralmente é readequado, e a diretoria faz uma suplementação orçamentária. “O clube de futebol não é previsível como uma fábrica”, alega.

Crescimento com transparência

A contabilidade é o braço direito da diretoria do Internacional. Para tomar decisões, os dirigentes colorados se apoiam diretamente nos dados gerados pelo contador Sergio Chineppe Rodrigues. “Ele nos abastece de informações para tomarmos decisões importantes”, afirma o vice-presidente do clube, Mário Sérgio Martins. Peça-chave de gestão para a organização vermelha e branca, a contabilidade dá suporte para que ocorra o planejamento. E é a ele que Silva atribui o crescimento do clube, ilustrado por eventos como a conquista do campeonato mundial e o crescimento do número de associados.
De acordo com Martins, as principais fontes geradoras de receita do Internacional são o quadro social e o marketing. “No quadro social, passamos de 4% para 27%, ou seja, de um valor de aproximadamente R$ 3 milhões por ano para R$ 33 milhões anuais”, revela. Além disso, a venda de jogadores, produtos e os direitos de transmissão na TV são os principais pontos de arrecadação.
As mensalidades sociais, em 2002, eram de R$ 1.844.417,00, valor que em 2009 chegou a R$ 27.270.197,00. Em 2002, elas representavam em torno de 8% da receita total, e hoje chegam a 18%, enquanto a receita de tevê representa 20%.
Atualmente, o Inter acumula uma dívida de R$ 25 milhões que provém de débitos gerados há 40 anos. Conforme o vice-presidente, desde 2003 o clube não atrasou mais o recolhimento de tributos. “Procuramos readequar o pagamento da dívida, chamamos o credor, e em 24 meses terminamos com o passivo vencido.”
Em relação aos altos salários e às transações milionárias de compra e venda de jogadores, o vice-presidente explica que a atividade sofre muita fiscalização das entidades públicas. “Além dos órgãos de auditoria, conselhos fiscais, sócios e torcedores, o time é fiscalizado pela imprensa. Mas agimos com transparência, e isso nos dá tranquilidade”, enfatiza.

*Reprodução da matéria do Jornal do Comércio do dia 17 de fevereiro de 2010

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