Guiñazu está calado desde a reunião do último dia 23, na qual o presidente do Inter, Vitorio Piffero, e o vice de futebol do clube, Fernando Carvalho, negaram-se a receber uma oferta do São Paulo, encaminhada pelo empresário Fabiano Ventura – agente autorizado pelo volante argentino a oferecê-lo ao clube paulista. Neste encontro, que durou menos de dez minutos, no gabinete de Piffero, Guiñazu ficou quieto e deixou Ventura falar por ele.
– O agente (Ventura) afirmou que Guiñazu não queria ficar no Inter, que desejava ser negociado ao São Paulo. Eu e o Vitorio dissemos que ele só sairia se o clube pagasse a multa (cerca de R$ 34,8 milhões). Guiñazu ficou quieto. Foi uma reunião constrangedora – revelou Carvalho.
O vice de futebol do Inter negou com veemência a versão de que o argentino teria ameaçado fazer corpo-mole ou negar-se a jogar pelo Inter, caso não fosse vendido. Também descartou que o jogador tenha pedido aumento salarial para permanecer.
A mal conduzida tentativa de um empresário em levá-lo do Beira-Rio para o Morumbi ainda causa dissabores. A imprensa paulista voltou a informar que Guiñazu jogará a Libertadores pelo São Paulo. Guiñazu nega-se a dar entrevistas. Está na praia, em Atlântida. Na segunda-feira, permaneceu à beira-mar, com a família, ao lado da plataforma, das 14h30m às 17h30m. Procurado, ele se negou a dar a sua versão sobre a investida do São Paulo.
– Quando falar, falarei para todos – disse, enquanto distribuía autógrafos para algumas crianças.
O atual contrato de Guiñazu com o Inter é válido até 22 de junho de 2010. Mas um novo acordo por mais duas temporadas foi assinado pelo volante ainda no ano passado. Jogadores estrangeiros precisam renovar o visto de trabalho no Brasil a cada dois anos, daí a impossibilidade de assinar um único contrato por cinco anos – como é o caso de Guiñazu, contratado pelo Inter em 2007 e com compromisso com o clube até 2012.
– Guiñazu poderia discutir esta sequência de contrato na Justiça. Mas o conhecendo duvido que faça isso – analisou Décio Neuhaus, advogado do Sindicato dos Atletas do Rio Grande do Sul.
A direção do Inter acredita que Ventura esteja repassando à imprensa paulista informações equivocadas sobre o suposto acerto de Guiñazu com o São Paulo. O agente conheceu o volante através de Iarley – foi ele quem costurou a negociação do atacante com o Corinthians. Entende que, por inexperiência, Ventura prejudicou o volante.
Nesta segunda, dirigentes são-paulinos voltaram a desmentir o interesse no volante. O advogado Antônio Catta-Preta, supostamente ligado à direção do São Paulo, divulgou em seu twitter que Guiñazu já estava acertado: “o careca vem para o São Paulo”.
– Catta-Preta não fala pelo São Paulo. Não tentamos contratar Guiñazu, nem temos o dinheiro para pagar a multa – disse o diretor de futebol são-paulino, João Paulo Jesus Lopes.
Para Régis Marques, o empresário de Guiñazu que ficou alijado das conversações entre Ventura e o São Paulo, o argentino errou ao dar a procuração ao agente.
– Ele não é mau caráter, jamais entregará um jogo, mas cometeu um erro. O São Paulo jamais admitirá que apresentaria uma proposta ao Inter, mas faria uma oferta, sim, e era de R$ 1,5 milhão – lamentou Marques. Globoesportes
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