QUANDO TEVE A IDEIA DE INVENTAR A COR DA PAIXÃO, DEUS INVENTOU O VERMELHO E, COM ESSA COR, PINTOU NOSSOS CORAÇÕES... (da amiga e colorada Rosane)

domingo, 15 de abril de 2012

MORRE CLÁUDIO CABRAL, UM ÍCONE DO JORNALISMO ESPORTIVO DO BRASIL

Escrevi esse texto ao chegar em casa depois do jogo do Inter(dia 14/04),mas só postei dia 15.

Hoje o dia amanheceu triste e a chuva mansa que caia parecia chorar a morte do grande mestre Cláudio Cabral.
Logo que acordei às 7h da manhã(pois tinha que trabalhar às 8h) fiquei sem acreditar na notícia que ouvia no rádio. Cabral tinha partido, de madrugada, vítima de um enfarto.
A vida é mesmo surpreendente, hoje estamos aqui, mas amanhã... quem vai saber...
Na sexta, tinha escutado o mestre sem nem imaginar que seria pela última vez.
Durante mais de dez anos, Cabral entrou em minha casa todos os dias religiosamente através do Apito Final da Rádio Bandeirantes.
Era rotina, eu chegava da escola, largava minhas coisas e corria pro rádio a tempo de ouvir seu comentário do meio dia e em seguida o Apito Final(que eu e meu filho apelidamos de Apito Cabral) porque a gente adorava escutar seus comentários sempre tão irreverentes e únicos.
Eu não o conhecia pessoalmente, mas pra mim ele era como alguém da família, porque a convivência diária com alguém, mesmo que só através de um meio de comunicação faz a gente passar a a querer bem aquela pessoa mesmo que de longe...
Ele era, sem dúvida nenhuma, um ícone do jornalismo esportivo, inteligente,sagaz, sabia como criticar com toda a elegância e educação, sem nunca ferir a uma só pessoa.
Entendia "demais" de futebol,e, apesar de ser colorado era isento pra caramba, era profissional de verdade, não poupava ninguém e até muitas vezes era do seu time que cobrava mais.
Aqui em casa, sempre no intervalo dos jogos do Inter, meu filho e eu, ligávamos o rádio pra ouvir o que o Mestre falava,porque ele conseguia como ninguém, ter uma visão do jogo e muitas vezes até uma premonição do que estava por vir. E nunca errava nos seus palpites! 
Hoje, o futebol está de luto,porque o mundo ficou um pouco menor sem ele.
Sabem que eu nunca vi meu filho chorar depois de adulto. Só uma vez, quando minha mãe morreu a seis anos. Hoje eu vi isso se repetir, tal a tristeza que ele ficou.
Eu fui ao jogo do Inter,vencemos o Cerâmica por 3 x 0, mas por dentro eu estava muito sentida, o sentimento era como se eu tivesse perdido alguém da minha família e não deu pra evitar as lágrimas ao ouvir a homenagem que a Band fez à ele.
Vai ser muito difícil segunda feira, quando eu chegar da escola, ligar o rádio e não ouvir mais os comentários do Mestre, vai ser bem triste...
Mas a vida continua,ele apenas atravessou o portal por onde um dia todos nós passaremos.
Na verdade, ele sempre viverá, porque ninguém morre enquanto permanece vivo no coração de alguém...

Adeus Cabral e onde você estiver esteja na luz e com Deus!

Um comentário:

Anônimo disse...

O Mestre revolucionou a crônica esportiva no RS, mostrando que é possível fazer uma análise isenta e de altíssima qualidade mesmo sendo identificado com um clube. Mas, é claro, para isso ele sempre deixou a sua racionalidade privilegiada sempre acima da paixão clubística, ganhando assim o respeito de colorados e gremistas.