QUANDO TEVE A IDEIA DE INVENTAR A COR DA PAIXÃO, DEUS INVENTOU O VERMELHO E, COM ESSA COR, PINTOU NOSSOS CORAÇÕES... (da amiga e colorada Rosane)

domingo, 10 de julho de 2011

"JAMAIS ME VI VESTINDO OUTRA CAMISA A NÃO SER A DO INTER..."

Aos 33 anos, Fernandão curte os finais de semana em pescarias com os amigos no Rio Araguaia. De segunda a quinta, fica em Goiânia, tratando o púbis. Por causa dele, ainda não definiu o futuro. Impôs-se um prazo: até o final de setembro, quando o mercado russo fechará a janela para contratações. Há a possibilidade de atuar lá e, ainda, em uma equipe dos EUA. Apesar dos diversos convites, não pretende disputar o Brasileirão. Caso decida pela aposentadoria, tornar-se gerente executivo do Inter passa pelos seus planos. Nos bastidores colorados, a contratação do capitão da Libertadores e do Mundial é algo para 2012. Nesta entrevista a ZH, Fernandão fala sobre um possível retorno ao Beira-Rio, a reconciliação com Fernando Carvalho, a dor de enfrentar o Inter em 2009, o time de Falcão e sobre Leandro Damião. A seguir, os principais trechos:
Zero Hora _ Você já decidiu se seguirá como jogador ou se partirá para uma nova carreira no futebol?
Fernandão
_ Saí do São Paulo (em maio) com uma lesão no púbis e voltei a Goiânia para ficar em tratamento. Tive vários convites, do Brasil, da Rússia e dos EUA, mas ainda não abri negociações com ninguém porque ainda não estou me sentindo bem. Enquanto não estiver 100%, não vou negociar com ninguém. Seria desonesto da minha parte.
ZH _ E quando você tomará esta decisão?
Fernandão
_ Caso não me sinta confiante para jogar anteciparei a ideia de aposentadoria, que estava prevendo para daqui a um ano. Ainda estou lutando contra o meu púbis. O prazo para a recuperação é enquanto o mercado estiver aberto.
ZH _ Disputar o Brasileirão não está nos planos?
Fernandão
_ Não estou animado com nenhuma oferta. Pegar o campeonato em meio à temporada complica as coisas. Tenho muita vontade de jogar nos EUA ou na Rússia. Se tiver que encerrar a carreira, estou pronto. É algo que penso desde 2009. Não vou sofrer por isso.
ZH _ Você já foi convidado para assumir como gerente executivo do Inter?
Fernandão
_ Não teve nada. Houve coincidências: a minha reaproximação com o Fernando Carvalho (a relação estava estremecida desde 2009, quando o atacante acabou voltando do Catar para o Brasil, mas assinou com o Goiás porque entendeu que não havia interesse de Carvalho na sua contratação), o pedido de demissão do Chumbinho (o então gerente executivo de futebol do Inter, Newton Drummond). As pessoas ligaram uma coisa a outra. Mas não ocorreu o convite. Adoraria voltar ao Inter, e esta função me parece muito interessante. A minha família é louca por Porto Alegre. Não tenho mais casa na cidade, apenas uma, em Atlântida, mas nada me impediria de comprar um imóvel novo aí, né?
ZH _ Você está preparado para assumir uma função como esta?
Fernandão
_ Na verdade, fiz isso a minha vida inteira, no Goiás e no Inter. Ser gerente executivo de futebol é como ser o capitão do time. É o elo entre o vestiário e a direção. Sim, me sinto pronto. A especialização para ocupar este cargo ocorre no dia a dia, na vivência com os jogadores. Hoje, a grande malandragem do futebol é saber como falar com cada jogador.
ZH _ Não seria necessária uma especialização?
Fernandão
_ Mas buscar especialização com quem? Futebol é vivência, não é teoria. É um cargo para quem já viveu dentro de um vestiário. André (Döring, ex-goleiro do Inter e atual auxiliar de Falcão) é um cara supercapacitado para esta função. O gerente é o cara que, por exemplo, deve penar seis meses antes em quem será o substituto do Leandro Damião, quando ele for vendido. É preciso conhecer novos talentos e os empresários, que hoje comandam o mercado.
ZH _ Como foi a reconciliação com Fernando Carvalho?
Fernandão
_ Foi o Novelletto (Francisco Novelletto, presidente da FGF) quem deu início a este processo. Um dia ele me disse: “fala com o Fernando (Carvalho). Resolvam isso”. Não guardo mágoa de quem, muito menos do Carvalho, que me levou para o Inter e me deu a oportunidade de ganhar os maiores títulos da minha vida. Mas acredito que os dois estavam com receio de telefonar. Jamais brigamos, o que houve foi uma situação constrangedora. Fiquei muito mal por um bom tempo. Mas o Carvalho me ligou, conversamos, e nos acertamos de novo.
ZH _ Em 2009, pelo Goiás, você enfrentou o Inter no Beira-Rio. Perdeu o jogo por 4 a 0 e foi expulso com 12 minutos (por, supostamente, tentar dar um cotovelaço em Magrão). Qual foi o seu sentimento aquela noite?
Fernandão
_ Não dormi depois do jogo. Jamais havia sido expulso na vida, acho que foi a minha primeira expulsão na carreira, nem tentei agredir o Magrão. O árbitro errou. Mas o pior foi jogar contra o Inter. Jamais me imaginei vestindo outra camisa que não a do Inter. Entrei até em depressão por não ter voltado para o Inter. As coisas só se resolveram na minha cabeça depois que fui para o São Paulo.
ZH _ O que pensa sobre o time de Falcão?
Fernandão
_ Tem um baita elenco e o Falcão está começando a implantar o sistema dele. No Brasil, se cobra resultado no segundo jogo. Ele ganhou o Gauchão aos trancos e barrancos, o Brasileirão começou complicado, mas o time começou a ganhar corpo. Tenho certeza que ele vai se dar bem: conhece futebol, é inteligente e tem um baita time na mão. A equipe está começando a fluir. Algumas peças sempre faltarão, mas tem time para ser campeão.
ZH _ O que você acha do Leandro Damião?
Fernandão
_ Este é craque. Os europeus cairão matando em cima dele na janela. É um jogador completo: dribla, entra na área, é finalizador, e está sempre no lugar certo. Tem uma média de gols espetacular. O Inter terá que se desdobrar para segurá-lo. Só a Seleção não quis ele. Bom para o Inter.
ZH _ Quando você voltará a Porto Alegre?
Fernandão _
Nos próximos dias estarei por aí para tomar um vinha na Serra (risos).

Fernandão! Volta pra gente logo! Estaremos te esperando de braços abertos, pois sempre soubemos do teu grande amor pelo Inter!

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